quarta-feira, 28 de maio de 2014

[Mais uma vez, com sentimento] Chosen: O Final dos Escolhidos

Por ``Flávia´´ Buffy Summers


   Queridos caçadores, chegamos a mais uma vez com sentimento e em um momento nostálgico. Há 11 anos ia ao ar a última batalha Apocalíptica de Buffy e sua Scoobygang na TV com muito humor, surpresas, drama e mortes polêmicas. Tudo que sempre envolveu o Buffyverse.



   A sétima temporada de BTVS pecou em muitos quesitos que numa hora mais apropriada falaremos, mas seu último episódio não desonrou tudo que ela representou. Uma dose certa de heroísmo, o fechamento de algumas questões e o final espetacular pelos efeitos especiais.

   Começaremos falando “da cena”: Buffy, Giles, Willow e Xander, os quatro da espinha dorsal da Scoobygang numa última conversa antes do fim foi uma daquelas coisas que fazem de BTVS algo tão incrível e especial. Eles poderiam ter falado de despedida em um tom pra lá de melancólico... mas não, o papo foi sobre figurinos, sapatos e Shopping Centers. Genial! Além disso, tivemos a repetição da situação e frase que marcou Giles em Welcome To The Hellmouth quando viu os três amigos indo embora: “A Terra está definitivamente perdida”
.

Giles e sua eterna preocupação com o destino da Terra.
Sentinela é Sentinela, afinal

   Algo que também contribuiu para o sucesso desse final foi o regresso bem-sucedido de Faith. A caça-vampiros que andou pelos dois lados, foi o pivô de momentos que deram fôlego a esta reta final. Sua rivalidade com Buffy aqui foi bem mais madura e mais dolorosa para nossa heroína. Faith teve a redenção que mereceu, pois nunca foi uma vilã de fato, apenas uma moça confusa que não teve o mesmo esteio que Buffy teve na vida.

Faith, a caçadora problema de presença indispensável

   Se o retorno de Faith foi digno de aplausos o mesmo não podemos dizer de Angel. O personagem teve uma participação tão pequena que só mesmo seu gigantesco carisma pra escapar da mediocridade. Voltar apenas para entregar um medalhão para Buffy, que qualquer um poderia fazê-lo e ainda se comportar como o Dawson do momento, é muito pouco pra um personagem tão rico. Seria melhor e mais coerente se lutasse ombro a ombro com Buffy.

Buffy, Angel e a analogia do biscoito: se não fosse isso,
ele passaria em branco


   Entretanto, a ausência de Angel abriu espaço para Spike, cuja morte o torna o maior herói do final. Digno para o portador do medalhão a ala Elizabeth Taylor. Afinal, ele teve grandes momentos como vilão ou como herói, conquistando a todos, inclusive Buffy que no fim diz o tão sonhado “Eu te amo” para ele.


"Não ama não, mas obrigado por dizer". 

   A morte de Spike abriu uma questão interessante. Existe final feliz para ex-demônios? E então cheguemos ao capítulo em que devo minha profunda revolta e tristeza aos roteiristas. Nada vai me convencer de que a morte de Anya daquela maneira foi justificável, e ainda sem a oportunidade de se despedir dos amigos que aprendeu a gostar e ajudar ao longo de sua trajetória. Sua morte foi simplesmente revoltante, não só pelo fato em si, mas pelo que observamos depois. Quantos personagens inúteis sobreviveram. Como Andrew, que nada fez a não ser se esconder atrás dela e o Diretor Wood, que não fez valer suas habilidades de discípulo honorário de Sentinela, foi atingido e ainda assim sobreviveu. Why?

A fúria despertada pelos coelhinhos
infelizmente não foi o suficiente para Anya


   Irrelevantes para alguns, heróis para outros, Dawn e Xander comprovaram a química lutando lado a lado. A garota antes uma bolha de energia usou a inteligência que sempre demonstrou ter para matar alguns Turok-han com raios solares numa bela manobra durante a batalha. Apesar de reduzida (e põe reduzida nisso), ela contribuiu e muito com braços e espadas na hora H. Xander agiu mais como um orador motivacional durante toda a temporada. Foi dele as melhores frases e embora nunca fosse um perito em lutas, sempre ajudou Buffy e os amigos com muito sentimento.


Dawn provou o que todos sabíamos:
Xander era melhor com as palavras

   E por falar em sentimentos, chegamos a Giles. O Sentinela de Buffy sempre teve uma relação paternal com sua caçadora e nesta temporada ela fluiu de maneira desordenada sim, mas nunca ausente. O fato de ter conspirado com Wood contra Spike e quase tê-lo tirado do jogo, e ser o porta-voz para derrubar Buffy naquele mini “Golpe de Estado” de Empty places, não tira dele a empatia irredutível por seus trejeitos e o respeito pela figura que sempre teve com a heroína. E se é de respeito que falamos, chegamos a uma personagem pra lá de respeitável.

Giles, o paizão e como tal tomou decisões polêmicas


   A transformação de Willow em Deusa pra mim foi uma boa homenagem dos roteiristas a personagem extraordinária de Hanningan, a verdadeira metamorfose ambulante da série. Os roteiristas souberam captar com precisão todos os elementos positivos e negativos da personagem. Sua trajetória é uma das melhores e mais bem trabalhadas de todos os tempos de todas as séries. Até chegar a este ápice, a personagem sofreu um bocado e com muita inteligência, especialmente carisma que nunca abandonou nem quando foi Dark Willow, ela enfim, teve o que mereceu.


"Oh, my Godness!!" Bem apropriado para Willow


   Numa outra frente de batalha tivemos As Potenciais, que depois de um feitiço de Willow, tiveram o poder necessário para enfim, pararem de chorar e agirem pra valer. Este foi o momento da mensagem subliminar do seriado. A força das mulheres no combate às maiores adversidades. Lutaram bravamente, mas ainda assim, sofreram baixas consideráveis como Amanda, a mais legal e com melhor desenvolvimento delas. Enquanto nossa “adorável” Kennedy, o “Príncipe” de Willow, se safou com sua Donzela.....


"E aí, vocês querem ser fortes?"

   É com certeza no sorriso tranquilo e enigmático da maior de todas as escolhidas de BTVS que se dá o desfecho. “O que faremos agora?” A reação de Buffy à pergunta de Dawn traduz de forma eloquente mesmo sem palavras a satisfação de um dever cumprido. De todos. Da protagonista, coadjuvantes, roteiristas, espectadores, fãs. Há 11 anos o sorriso de Buffy responde a quem nunca desistiu, aos críticos e aos que já desistiram. A mim particularmente, este sorriso responde a todas as perguntas, medos e inquietações. Cresci com Buffy, me moldei através dela até hoje e não me importo que digam ou pensam que sou fanática, pois é muito melhor ser fanática por algo tão rico quanto BTVS do que por muita modinha ou artistas de quinta que vemos aos montes hoje. A sensação que tenho é que pode passar mais 11 anos e ela continuará respondendo a todo o Mal e indiferença do mundo, impedindo Apocalipses com o mesmo sorriso.

Menção honrosa: gostaria de ter visto Cordelia nesta luta também. Pronto, falei, não resisti!
Um sorriso para a eternidade

“O propósito da vida não é a felicidade pessoal, pois ninguém consegue pouco mais que momentos passageiros dela. Na verdade é o processo de crescer e se “tornar”. No final das contas não é o destino, mas a jornada que realmente conta”. – A caça-vampiros e a Filosofia – Medos e calafrios em Sunnydale p.246

10 comentários:

  1. Adorei essa postagem! A última temporada, de fato, teve suas falhas, mas qual não teve? E essa temporada foi épica no quesito "clima apocalipse"; As outras também tiveram esse clima, mas essa última foi a mais top! A que chegou mais próxima dela foi a 5ª.

    A morte de Anya foi uma surpresa, um choque, e é normal muitos não terem gostado do fim da personagem (eu mesmo não gostei), mas apesar da redenção dela, não esqueçam que a mesma já matou muita gente nos seus anos de vingança... Então, por que não ter um fim trágico? Não queria que fosse, mas é justificável. O fato dela morrer e um personagem secundário como Andrew sobreviver só deixou as coisas mais "realista", pois no dia-a-dia, a gente sabe que, às vezes, os que não merecem morrer, vão primeiro. A redenção da personagem pode não tê-la salva de uma morte pesada, mas eu creio que a salvou de ir para inferno.

    O diálogo entre Buffy, Xander, Willow e Giles que você destacou é memorável, Flávia. Bem lembrado de relacionar com o início da primeira temporada. O que fez dessa cena ser tão especial foi justamente a nostalgia! E como se não bastasse para o coração, o episódio é cheio de outros momentos, onde cada personagem tem o seu espaço, mesmo que para alguns tenha sido bem curto.

    A série teve seus maus momentos, mas fico feliz por ela ter mantido a qualidade na maioria dos episódios e o encerrado bem a sua "carreira", Quanto a sua menção honrosa, Flávia, seria interessante a presença da Cordélia, mas a situação era outra em Los Angeles, e se não me engane, a atriz estava grávida (o que afastou aos poucos a personagem do Buffyverse, dentre outros motivos). Enfim, teria sido ótimo ver Cordélia e Angel ajudando na batalha final, mas parece nem tudo é como a gente quer, ^^

    Buffy4ever! - Ps.: Eu me diverti muito com o Andrew, kkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é querido David, obrigada pela sua participação. Por isso Buffy é tão mágico, pois nunca, jamais as coisas ocorrem como a gente quer, senão que graça teria, não é mesmo? Essa é minha visão crítica, mas minha visão de fã não deixa Anya morrer nunca, mesmo que ela tenha matado tantos kkkkk. para alguns foi uma morte honrosa, ela lutando ao lado do Bem e tals, não vou criticar este julgamento das pessoas , pois faz sentido. Mas eu não queria isso :(

      A sétima temporada teria sido muito melhor se eles não perdessem tempo com episódio colegiais, como Help e Him, que a meu ver, foram sofríveis. As coisas só esquentaram no final. Mas de resto, tivemos outros excelentes episódios inciais como Same time, same place e Selfless.

      Mais a meu ver, é impossível concordarmos 100% com o final de nossos seriados favoritos, eu particularmente gostei mais do final de ANGEL. mas como vc disse, Buffy cumpriu bem o seu papel na sétima temporada. E ainda bem que vc não é como a maioria que simplesmente odeia todos do Trio. Andrew e Jonathan tem lá suas qualidades.

      Valeu querido, abraços

      Excluir
    2. Ah, eu não acho que as coisas só esquentaram nos episódios finais... Teve alguns ótimos episódios intermediários também, como, por exemplo, Conversations With Dead People, Bring On The Night, Showtime e Get It Done. Certo que teve alguns episódios "bobos", mas todas as temporadas anteriores tiveram, mais até do que a sétima.

      O diferencial dessa temporada, apesar de não ser a melhor, foi o clima de Guerra já estabelecido logo no meio da temporada, o que trouxe um dinamismo nunca antes visto no seriado. Buffy tendo que ser uma espécie de General e, junto com seus amigos/soldados, se preparando para marchar contra o inimigo.

      Enfim, como você disse, impossível concordarmos 100%. Eu gosto muito do final de Angel, chega a ser interessante por soar tão poético, mas perde alguns pontos por acabar de forma tão aberta. Eu prefiro o de Buffy, pois além dela esticar o seu arco e lançar a flecha, mostrou o destino da mesma. Ver a turma junta, olhando para a cratera que ficou em Sunnydale, passa aquela sensação de "como é bom vê-los por cima!", visto que a Scooby Gang sofreu bastante no decorrer da série, mas que no fim, conseguiram ficar de pé, mostrando que o esforço valeu à pena.

      Obrigado, Flávia, por ser atenciosa e responder o meu comentário. Abraços, ^_^

      Excluir
    3. Eu é que agradeço a sua atenção e disponibilidade de fazer comentários enriquecedores de quem também entende deste universo. Continuemos assim, pois o que mais me anima é a capacidade das pessoas de comentar o que entendeu. Abraços

      Excluir
  2. Bom, eu ainda acompanharei esse grande final num futuro próximo, mas pelas sinopse crítica, já chegarei com um prévio entendimento. Uma salva de palmas a mais um post enriquecedor, Flávia!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada pela atenção de sempre meu querido e oportunidade de poder expressar aqui minha paixão por este universo.

      Excluir
  3. O que acho interessante sobre o finale de Buffy é que eu fiquei um tanto decepcionado com ele: achei um tanto vazio e, portanto, não teve muito impacto emocional sobre mim, a não ser talvez pela morte de Anya, que foi uma sacanagem verdadeira.
    Outro ponto interessante é que é o oposto de Not Fade Away, ambos são lados opostos de uma mesma moeda.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, esqueci de uma coisa: apesar de não ser um fã do episódio como deixei claro acima, eu, no lugar do Joss Whedon, não o teria feito nem um pouco diferente. Isso mesmo, Buffy merecia um final feliz a todo custo.

      Excluir
    2. Obrigada pelo seu comentário Varley. Este é o tipo de episódio que traz emoções ou como vc disse, falta delas. Isso vai da avaliação de cada um, por exemplo, eu até agradei deste final, apesar de algumas ressalvas que destaquei, mas Chosen não está no TOP 30 do seriado. Eu também gostei mais do final de ANGEL também. Abraços

      Excluir
  4. ahhh! Só lendo essa matéria maravilhosa eu já tenho vontade de re-assitir e de chorar tudo de novo!

    Eu estou lendo os quadrinhos e toda vez que eu passo uma página eu me pergunto"por que a Anya morreu?" kkkk

    Eu nunca vou superar, mesmo parecendo uma mensagem bonita ela ter morrido pela vida. Ela que foi a personagem que fez as melhores reflexões sobre a morte.

    E o sorriso da Buffy no fim do episódio! não tem como não pensar que só esse sorriso compensou as falhas da última temporada, mas foi tão lindo!

    Eu não cresci com BTVS (eu nem tinha nascido quando lançou! kkk), mas uma das primeiras memórias que eu me lembro ( isso é inteligível? rsrs) é um treixinho da abertura, não sei qual! kkkk Eu nuca esqueci e depois de realmente assistir tudo não dá mesmo pra deixar o seriado fora da mente, e nem tô ligando se quando eu tiver 30 anos as pessoas me jugarem por ser fanática por algo tão velho feito pra adolescestes, só quem assiste sabe o quão maravilho e atual essa serie vai ser, pra sempre!

    ResponderExcluir

Obrigado pelo seu comentário! Continue nos acompanhando!