Por ``Flávia´´ Buffy Summers
Queridos caçadores, chegamos a mais uma vez com sentimento e em um momento nostálgico. Há 11 anos ia ao ar a última batalha Apocalíptica de Buffy e sua Scoobygang na TV com muito humor, surpresas, drama e mortes polêmicas. Tudo que sempre envolveu o Buffyverse.
A sétima temporada de BTVS pecou em muitos quesitos que numa hora mais apropriada falaremos, mas seu último episódio não desonrou tudo que ela representou. Uma dose certa de heroísmo, o fechamento de algumas questões e o final espetacular pelos efeitos especiais.
Começaremos falando “da cena”: Buffy, Giles, Willow e Xander, os quatro da espinha dorsal da Scoobygang numa última conversa antes do fim foi uma daquelas coisas que fazem de BTVS algo tão incrível e especial. Eles poderiam ter falado de despedida em um tom pra lá de melancólico... mas não, o papo foi sobre figurinos, sapatos e Shopping Centers. Genial! Além disso, tivemos a repetição da situação e frase que marcou Giles em Welcome To The Hellmouth quando viu os três amigos indo embora: “A Terra está definitivamente perdida”.
Começaremos falando “da cena”: Buffy, Giles, Willow e Xander, os quatro da espinha dorsal da Scoobygang numa última conversa antes do fim foi uma daquelas coisas que fazem de BTVS algo tão incrível e especial. Eles poderiam ter falado de despedida em um tom pra lá de melancólico... mas não, o papo foi sobre figurinos, sapatos e Shopping Centers. Genial! Além disso, tivemos a repetição da situação e frase que marcou Giles em Welcome To The Hellmouth quando viu os três amigos indo embora: “A Terra está definitivamente perdida”.
Giles e sua eterna preocupação com o destino da Terra. Sentinela é Sentinela, afinal |
Algo que também contribuiu para o sucesso desse final foi o regresso bem-sucedido de Faith. A caça-vampiros que andou pelos dois lados, foi o pivô de momentos que deram fôlego a esta reta final. Sua rivalidade com Buffy aqui foi bem mais madura e mais dolorosa para nossa heroína. Faith teve a redenção que mereceu, pois nunca foi uma vilã de fato, apenas uma moça confusa que não teve o mesmo esteio que Buffy teve na vida.
Faith, a caçadora problema de presença indispensável |
Se o retorno de Faith foi digno de aplausos o mesmo não podemos dizer de Angel. O personagem teve uma participação tão pequena que só mesmo seu gigantesco carisma pra escapar da mediocridade. Voltar apenas para entregar um medalhão para Buffy, que qualquer um poderia fazê-lo e ainda se comportar como o Dawson do momento, é muito pouco pra um personagem tão rico. Seria melhor e mais coerente se lutasse ombro a ombro com Buffy.
Buffy, Angel e a analogia do biscoito: se não fosse isso, ele passaria em branco |
Entretanto, a ausência de Angel abriu espaço para Spike, cuja morte o torna o maior herói do final. Digno para o portador do medalhão a ala Elizabeth Taylor. Afinal, ele teve grandes momentos como vilão ou como herói, conquistando a todos, inclusive Buffy que no fim diz o tão sonhado “Eu te amo” para ele.
"Não ama não, mas obrigado por dizer". |
A morte de Spike abriu uma questão interessante. Existe final feliz para ex-demônios? E então cheguemos ao capítulo em que devo minha profunda revolta e tristeza aos roteiristas. Nada vai me convencer de que a morte de Anya daquela maneira foi justificável, e ainda sem a oportunidade de se despedir dos amigos que aprendeu a gostar e ajudar ao longo de sua trajetória. Sua morte foi simplesmente revoltante, não só pelo fato em si, mas pelo que observamos depois. Quantos personagens inúteis sobreviveram. Como Andrew, que nada fez a não ser se esconder atrás dela e o Diretor Wood, que não fez valer suas habilidades de discípulo honorário de Sentinela, foi atingido e ainda assim sobreviveu. Why?
A fúria despertada pelos coelhinhos infelizmente não foi o suficiente para Anya |
Irrelevantes para alguns, heróis para outros, Dawn e Xander comprovaram a química lutando lado a lado. A garota antes uma bolha de energia usou a inteligência que sempre demonstrou ter para matar alguns Turok-han com raios solares numa bela manobra durante a batalha. Apesar de reduzida (e põe reduzida nisso), ela contribuiu e muito com braços e espadas na hora H. Xander agiu mais como um orador motivacional durante toda a temporada. Foi dele as melhores frases e embora nunca fosse um perito em lutas, sempre ajudou Buffy e os amigos com muito sentimento.
Dawn provou o que todos sabíamos: Xander era melhor com as palavras |
E por falar em sentimentos, chegamos a Giles. O Sentinela de Buffy sempre teve uma relação paternal com sua caçadora e nesta temporada ela fluiu de maneira desordenada sim, mas nunca ausente. O fato de ter conspirado com Wood contra Spike e quase tê-lo tirado do jogo, e ser o porta-voz para derrubar Buffy naquele mini “Golpe de Estado” de Empty places, não tira dele a empatia irredutível por seus trejeitos e o respeito pela figura que sempre teve com a heroína. E se é de respeito que falamos, chegamos a uma personagem pra lá de respeitável.
Giles, o paizão e como tal tomou decisões polêmicas |
A transformação de Willow em Deusa pra mim foi uma boa homenagem dos roteiristas a personagem extraordinária de Hanningan, a verdadeira metamorfose ambulante da série. Os roteiristas souberam captar com precisão todos os elementos positivos e negativos da personagem. Sua trajetória é uma das melhores e mais bem trabalhadas de todos os tempos de todas as séries. Até chegar a este ápice, a personagem sofreu um bocado e com muita inteligência, especialmente carisma que nunca abandonou nem quando foi Dark Willow, ela enfim, teve o que mereceu.
"Oh, my Godness!!" Bem apropriado para Willow |
Numa outra frente de batalha tivemos As Potenciais, que depois de um feitiço de Willow, tiveram o poder necessário para enfim, pararem de chorar e agirem pra valer. Este foi o momento da mensagem subliminar do seriado. A força das mulheres no combate às maiores adversidades. Lutaram bravamente, mas ainda assim, sofreram baixas consideráveis como Amanda, a mais legal e com melhor desenvolvimento delas. Enquanto nossa “adorável” Kennedy, o “Príncipe” de Willow, se safou com sua Donzela.....
"E aí, vocês querem ser fortes?" |
É com certeza no sorriso tranquilo e enigmático da maior de todas as escolhidas de BTVS que se dá o desfecho. “O que faremos agora?” A reação de Buffy à pergunta de Dawn traduz de forma eloquente mesmo sem palavras a satisfação de um dever cumprido. De todos. Da protagonista, coadjuvantes, roteiristas, espectadores, fãs. Há 11 anos o sorriso de Buffy responde a quem nunca desistiu, aos críticos e aos que já desistiram. A mim particularmente, este sorriso responde a todas as perguntas, medos e inquietações. Cresci com Buffy, me moldei através dela até hoje e não me importo que digam ou pensam que sou fanática, pois é muito melhor ser fanática por algo tão rico quanto BTVS do que por muita modinha ou artistas de quinta que vemos aos montes hoje. A sensação que tenho é que pode passar mais 11 anos e ela continuará respondendo a todo o Mal e indiferença do mundo, impedindo Apocalipses com o mesmo sorriso.
Menção honrosa: gostaria de ter visto Cordelia nesta luta também. Pronto, falei, não resisti!
Um sorriso para a eternidade |
“O propósito da vida não é a felicidade pessoal, pois ninguém consegue pouco mais que momentos passageiros dela. Na verdade é o processo de crescer e se “tornar”. No final das contas não é o destino, mas a jornada que realmente conta”. – A caça-vampiros e a Filosofia – Medos e calafrios em Sunnydale p.246