sábado, 22 de outubro de 2016

[Mesmo tempo, mesmo lugar] The Buffyverse, The 100 e as escolhas que nos fazem humanos




“Deixe-os decidir sozinhos”
                                                               - Clarke Griffin 


A frase imperativa acima foi proferida pela Heroína da série de ficção científica que é um sucesso hoje entre o público jovem.

The 100 é baseada em um livro homônimo de Kass Morgan, e desenvolvida na Tv por Jason Rothenberg



A série se passa 97 anos após uma guerra nuclear devastadora que dizimou quase toda a vida na Terra. Os sobreviventes conhecidos são os moradores de doze estações espaciais em órbita da Terra, que compõe o que se chama A Arca, representando 12 Nações (Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Brasil, Canadá, China, Japão, Índia, Rússia, Venezuela, França e Uganda). 

Depois dos sistemas de suporte de vida da Arca começar a falhar, 100 prisioneiros juvenis são declarados dispensáveis. Os "escolhidos" são enviados para a superfície em uma última tentativa de determinar se a Terra é habitável novamente. Mas ao aterrissarem, descobrem que nem toda a humanidade foi exterminada. 

Algumas pessoas na Terra, chamados de "Terrestres", sobreviveram à guerra, e ainda há mais perigos à espreita - Ceifadores (terrestres que se tornaram canibais) e "Os Homens da Montanha", que vivem na base onde os jovens deveriam ter aterrissado (Mount Weather).

A Heroína Clarke diante de um mundo sem Paz


Mesmo diante de toda a descrença “série adolescente de ficção científica? Blah!”, ela conseguiu se sustentar em 3 ótimas temporadas, tornando-se um fenômeno entre o público alvo. Entre os protagonistas está a jovem destemida Clarke (Eliza Taylor), que naturalmente ganha o status de Líder dos Sky People (ou Povo do Céu). Mas todo Poder exige suas responsabilidades, e constantemente Clarke se vê diante de escolhas que podem definir o seu futuro e dos outros humanos, os quais tenta proteger e ao mesmo tempo depositar suas esperanças.



A Paz é algo tão bonito quanto teimosamente frágil dentro da série. Desde a primeira temporada, conflitos de Ideologias, Guerra de Poder e Diplomacias Políticas são travadas com muito sangue e sacrifícios. Como um Povo tem Tradição distinta do outro, as divergências se tornam presentes. Até entender que todos fazem parte de um único Povo, muito sangue é derramado por conta de decisões tomadas. Algumas corretas e outras nem tanto. 

Clarke e Lexa: Líderes de Povos conflituosos em uma difícil posição


Assim como o Buffyverse, The 100 é uma obra voltada aos jovens. Mas só aqueles que realmente entendem todo o contexto de um mundo em Guerra que anseia pela Paz, conseguem enxergar o quadro todo e aproveitar as lições que cada uma dessas obras lhes traz. 

Na última metade da terceira temporada entra em cena uma espécie de Inteligência Artificial, chamada A.L.I.E, que passa a tomar para si o controle da mente de todos os humanos enviando-os para a chamada Cidade da Luz, construída para ser o porto-seguro de todos. Sem Dor, sem sofrimento, sem Guerra. Enfim, a Paz entre todos que Clarke tanto deseja, porém....

Para conseguir este belo objetivo, A.L.I.E recruta um humano como "General" e este atua como uma espécie de condutor até ela. Primeiro o "ataque" se faz de forma verbal, depois ele entrega aos convertidos chips para inserir voluntariamente em um momento vulnerável de cada um. Cansados de tanta Luta, conflito e Dor, muitos se deixaram levar por este artifício. 

Mas engana-se quem pode estar pensando que este método é o melhor para a raça humana, pois outra situação controversa se desenha com isso. O tal chip tira todas as suas emoções conflituosas, permanecendo todos sob judicie de uma fórmula “eficaz” até certo ponto. E é aí que Clarke precisa agir, afinal, ela acredita profundamente na humanidade e não pode aceitar que lhes tirem algo que os define. 

Clarke vs. A.L.I.E

A.L.I.E foi criada por uma cientista espacial como uma alternativa de sobrevivência da raça humana, a qual culpou pela devastação anterior. Mas ao perceber seu erro, a criadora lhe pede desculpas por não ter “ensinado” a respeitar o direito de escolha dos humanos.  

A história de A.L.I.E nos conduz até Jasmine, a Deusa Antiga que queria ver todos os humanos coexistindo na mais perfeita Paz. A chegada de Jasmine ao mundo fez com que todos os humanos esquecessem tudo que os definia, apenas em estado de plena adoração a Deusa recém-chegada, a qual acreditaram que iria erradicar todo o Mal e sofrimento. 

Depois de recuperar a razão, Angel entende que Jasmine só queria subjugar os humanos a seus próprios interesses. Ele mesmo sabia o que isso significava, pois quanto mais caminhava nos dois lados, mais notava que eram semelhantes a olhos menos apurados. 



Em The 100, Clarke também já havia passado por poucas e boas, cometidos erros e sofrendo vários golpes ao longo da série. Quando ficou frente a frente com A.L.I.E, ela se negou a fugir de sua dor, mesmo deixando no ar uma inquietação sobre o futuro dos humanos na Terra, novamente ameaçados de extinção. Clarke sabia que sua trajetória incerta estava apenas começando. 

Já para Angel o caminho já estava diante dele. Para tornar-se “um de nós” haveria muita luta e sacrifício. 

A.L.I.E protelando antes do fim


Por essas razões, tanto A.L.I.E. quanto Jasmine são mesmo figuras contraditórias. Ambas demonstraram um objetivo em comum. Tirar da humanidade sua própria humanidade a custo de uma Paz sem Voz. 


Derrotada, Jasmine lamenta


Um dos elementos que tornam o Buffyverse extraordinário é justamente as consequências para o Bem ou para o Mal das escolhas de seus personagens. Muitos usaram e alguns abusaram desse direito. 

Em Choices (em português Escolhas) no momento decisivo da terceira temporada de Btvs, Willow optou em não seguir para uma Faculdade de prestígio a fim de ajudar Buffy na luta contra o Mal. “Aqui estou eu podendo fazer o que quiser. Ir pra qualquer Universidade do país ou da Europa, mas não irei a lugar algum”.

Mesmo feliz, Buffy não queria deixar que ela jogasse seu futuro fora e foi aí que Willow matou toda a questão. “Das duas pessoas aqui, quem manda em mim?”, e assim se desenhou um dos momentos mais espetaculares da série. 

Buffy e Willow em um papo definitivo sobre escolhas

Em Birthday, no momento decisivo da terceira temporada de ANGEL, Cordelia optou em não aceitar Fama e Sucesso para servir ao que acreditava ser os Poderes que Valem tornando-se involuntariamente o estopim para a entrada de Jasmine no mundo. Skipp não a obrigou a esta decisão. A força da “Escolhida” consistia em acreditar nela. 

Cada palavra, cada gesto, cada ação dos personagens de The 100 faz eclodir algum momento decisivo em suas trajetórias, assim como no Buffyverse, que encantou tantos e tantos fãs, que também escolhem qual personagem desse maravilhoso universo aceita com seus bônus e ônus como modelos de admiração e vivência. 

São escolhas, às vezes paradoxais. Mas ainda assim, escolhas. 

sábado, 15 de outubro de 2016

[Meus pertences] O Buffyverse de A a Z





Amigos Caçadores, neste Dia do Mestre vamos usar o nosso Alfabeto para tentar explicar alguns termos que ouvimos no Buffyverse e que muitas vezes nos passam desapercebidos, mas que podem ter uma grande importância na história. 

É certamente uma forma de aprender uma pouco mais sobre nosso amado universo. Vamos lá?




Angelus – em latim, significa Anjo. Depois de ressuscitar como vampiro, Liam surgiu na porta da casa de sua família e ao ser recebido pela irmã, ela o convidou a entrar pensando estar diante de uma Anjo que retornou para ela.



Bronze – parte importante da história da trama de Buffy humana e sobrenatural, é um local mais famoso de encontro dos jovens de Sunnydale para curtir. Uma Boate um pouco soturna que abriga números musicais e muito entretenimento em meio a caçadas de Demônios, Vampiros e outras Criaturas. 




Conselho de Sentinelas – criado pelos Primeiros Homens para combater os Demônios que habitavam a Terra, ao longo dos anos foi se adaptando ao tempo, tornando-se o que conhecemos como o “Conselho dos Burocratas de Terno e gravatas”



Danzalthar - É o nome do Selo da Boca do Inferno. A porta de acesso ao mundo real. Localizado no Sunnydale High, só pode ser aberto com muito, mas muito sangue, de preferência por um sacrifício.



Escritório de Advocacia – é o último local situado do Poder da Wolfram & Hart no mundo. Onde os maiores inimigos de Angel confabulavam seus eternos jogos com a humanidade. 




Foice – instrumento criado pelas primeiras Guardiãs como fio condutor do Poder da Caçadora. Quase incompreensível ler seu nome primitivo. Assim como o legado, ela também deveria passar para a próxima na Sucessão.




Groosalugg – Guerreiro invencível da terra de Pylea que deveria ser o fio condutor do Poder da Princesa e os Sacerdotes através da união carnal.



Hiperyon – Hotel localizado na cidade de Los Angeles que serviu durante um tempo como a Sede da Angel Investigations.




Illyria – Demônio guerreiro do Mundo Antigo vencido e trancado num Sarcófago no chamado Buraco do Mundo em Londres. 




Janna Kalderash – nome de Batismo da Professora Jenny Callendar quando enviada por seu Povo para salvaguardar a relação de Buffy e Angel.


Krevlornswath of the Deathwok Clan - nome por extenso de Lorne em Pylea antes de vir ao nosso mundo. 




Los Angeles – Cidade ao Sul da Califórnia que serviu como um exílio providencial a Angel e posteriormente sua Sede na luta contra as Forças do Mal. 



Magic Box – depois da Biblioteca, tornou-se o local onde a Scoobygang se reunia para traçar planos contra o Mal. 




Nyazian – Pergaminho que continha uma Profecia relacionada a Connor, alterada pelo Demônio Sahjhan. 



Oráculos – personificações dos Poderes que Valem responsáveis pelo equilíbrio entre os mundos.



Pedra de Amara – artefato sagrado que quando usado contém o Poder de fazer com que um Ser da Noite (Vampiro, no nosso caso) seja imune a tudo que possa matá-lo como estaca no coração e luz Solar. 



Quor-Thor – Dimensão Infernal entre os mundos onde Connor cresceu levado ainda bebê por Holtz. 



Ripper – em português significa "Estripador", alcunha de Giles quando jovem estando em más companhias.



Sineya – nome da Primeira Caçadora amarrada a uma pedra para receber o Poder de matar Demônios. 



Turok-Han – a forma primitiva (e mais forte) do vampiro. Data do mundo onde os Demônios caminhavam pela Terra. É uma espécie de sangue "puro" antes de ser "violado" com o sangue humano. 




Ungido – Entidade demoníaca que buscava por um recipiente ideal. Quando alcançou seu objetivo, subjugou os demais vampiros e demônios.



Vaca - termo pejorativo designado aos humanos em Pylea. Como todos são tratados como animais de currais, eis a essência do nome.



Whistler - Demônio que absorveu a cultura humana não só fisicamente, mas como na personalidade. Foi o responsável por conduzir Angel no caminho de Buffy a serviço dos Poderes que Valem.



Xamãs - Sacerdotes que entram em contato com espíritos chamado-os para possuí-los ou conduzindo-os ao seu destino. No Buffyverse, o maior exemplo são os Homens das Sombras responsáveis por capturar a essência demoníaca para a Caçadora. 



Yeska - Demônio confundido com uma Deusa em rituais de sacrifício. Geralmente ela oferece Fortuna a quem lhe conceder jovens castas.



Zona de Guerra - nome do episódio de ANGEL que introduziu Gunn, como um Matador de Vampiros defendendo seu território na turbulenta Los Angeles, a cidade de tudo e todos. 

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

[Enfeitiçados, entediados e confusos] As inomináveis do Buffyverse







Amigos Caçadores, hoje vamos falar de inominável, que no dicionário quer dizer que "não pode ser designado por um nome, que não tem nome por não se poder definir ou qualificar." 

No Buffyverse existem muitos elementos inomináveis, como a nossa paixão por este universo por exemplo, mas poucos se referem pessoalmente ao adjetivo além de Glory, Jasmine e Illyria


Como já sabemos, Glory na forma humana fora diminutivo de Glorificus, um dos Deuses de um Triunvirato Infernal que foi exilado na Terra para nascer e morrer como humano. Certamente este foi o pior castigo para um Deus, não é mesmo?

Glory em seu momento de poder ilimitado

Jasmine foi um nome batizado pela turma de Angel da forma humana de uma Divindade do tempo antigo que vagueava entre mundos e Dimensões procurando estabelecer seu conceito de Paz e Amor entre os Povos. Poderia até ser uma ideia legal, mas como vimos, as coisas não eram tão bem assim. 

Jasmine e suas boas intenções infernais

Outro Antigo era o Demônio Illyria, um guerreiro que foi vencido e trancado por anos num Sarcófago até invadir nosso mundo possuindo Fred. Antes de se tornar indispensável, deu muito trabalho a Angel e a turma. 

Illyria no momento de sua chegada ao nosso mundo


Além de Vilãs, as três tem características semelhantes que a definiram nas tramas do Buffyverse. Com poderes além da humanidade, elas tiveram força o suficiente para subjugar os pobres mortais no tempo que passaram por aqui. Basta lembrar de Buffy, arremessada de uma sala para outra por Glory, ou Angel jogado pela janela por Illyria. 

Em suma, quando algo ultrapassa os limites de uma área comum, torna-se poderoso demais para se conter e foi justamente este o ponto que as tornaram inomináveis.  


Em Lessons, o Primeiro na forma de Glory usa a expressão “eu honestamente não acho que haja uma palavra humana tão fabulosa para mim”

Glory como o Primeiro: a arrogância é a mesma sem dúvida

Para Illyria, seu nome era dadivoso demais e a humanidade, tão limitada em sua mediocridade, não deveria nem ao menos pronunciá-lo como ela mesma deixa claro para Wesley em Shells.


E o ponto fraco de Jasmine era justamente o seu nome, desconhecido para nós. Neste último caso, a Deusa tinha até um Sacerdote especial para salvaguardá-lo. 

O Sacerdote de Jasmine resumindo toda a questão


O propósito de se nomear é colocar algo ou alguém em evidência no sentido de finitude. Quando se trata dos Deuses ou Demônios em todo seu poder e arrogância, nomeá-los é o mesmo que tirar deles toda a amplitude de sua existência e isso para eles é mais que um pecado mortal. Era letal para a “pobre” humanidade e sua pequenez.

Para nós fãs, associamos não só a palavra inominável aos Poderes dessas instigantes personagens. Somamos a isso características de construção tão formidáveis a elas que não precisamos ser lacaios para perceber o tamanho da grandeza de cada uma dessas adoráveis inomináveis.