terça-feira, 27 de dezembro de 2016

[A Escolhida] Buffy, a Caçadora de Destinos





Amigos Caçadores é tempo de reflexão no final de mais um ano prestes a acabar. E para nós, que somos privilegiados de estarmos fazendo parte de cada história, é hora de tentar entender um pouco a fonte do conceito heroico de cada herói do Buffyverse. 


Uma pessoa intensamente admirada, e objeto de veneração é chamada de Ídolo na definição literal. 

Para nós, ser fã de alguém significa mais que venerar. É empenhar todas as nossas expectativas em torno da pessoa a qual escolhemos. Supridas as expectativas, voltamos para a adoração, o que pode se tornar algo perigoso caso não seja bem dosado. 

Muitas vezes fui chamada de “fanática” (termo pejorativo para fã) por conta da minha adulação fiel a Buffy. Antes isso me atingia, hoje, mais madura, acredito que este termo até possa cair sobre mim, mas não totalmente de forma literal. 

Qualquer pessoa que se espelha em outra formadora de opinião, está sujeita a ser chamada de fanática, mas isso não significa que seja algo negativo num contexto geral. O termo fanático só ganha conotação pejorativa se a pessoa que o recebe assim o vir. 

Portanto, me chamar de fanática em nada irá alterar a dosagem do limite entre ficção e realidade. Mas uma coisa não posso deixar de compartilhar. O porquê Buffy fez parte dela num momento em que me sentia tão vulnerável, tão oprimida, tão excluída....

Era adolescente, e passava por poucas e boas, era uma pessoa muito introvertida, e estava quase dando fim a isso de forma definitiva. Foi neste momento que Buffy entrou na minha vida, e desde este Amor à primeira vista, sempre que passo por alguma dificuldade, pergunto “O que Buffy faria?”


Bem, não gostaria de transformar esta postagem num Divã pessoal, mas achei necessária de acordo com o que pretendo mostrar agora. A influência de Buffy na vida de alguns personagens heroicos do Buffyverse. 


“Por que quer ser a Rainha da volta às 
aulas se faz este tipo de coisa?”


Quando chegou ao Colégio Sunnydale, “a novata” (como foi chamada por Jessy) e outros alunos, despertou a simpatia de Cordelia, afinal, era de Los Angeles, a terra dos sonhos da patricinha. No entanto, o interesse de Cordelia por Buffy seria algo bem mais além do que testes de popularidade e escolha de esmaltes de unhas. 

Aos poucos, a patricinha foi percebendo o quanto Buffy era uma garota especial, pois mesmo sendo chamada de “a esquisita”, nunca deixou que isso lhe afetasse. 

Para garotas como Cordelia, Buffy, que já havia passado no seu teste, tinha um potencial incrível para ser a mais popular de todas as populares do Sunnydale High. Mas para ela isso não tinha importância e ela deixou isso tudo para se unir à turma de “perdedores”, onde se encontrava Willow e Xander. 


Com Buffy, Cordelia aprendeu a priorizar o que realmente era importante, e estava à margem de acontecimentos banais que preenchiam sua vidinha, que mudou radicalmente. Até mesmo seu namoro com Xander teria sido obra de Buffy, que o “tornou tão atraente diante do perigo”, que eles ajudam a enfrentar.

Logo Cordelia não era uma “ovelha” como Harmony e suas antigas amigas, e passou a assumir um caráter mais forte e humilde. As prioridades levaram ao sacrifício que, como sabemos, determinou seu destino final. 


“Você enfrenta o Mal há anos e eu tenho ajudado. 
E é isso que eu quero fazer. 
Lutar contra o Mal, ajudar pessoas”


Antes de sua amizade com Buffy, Willow não era ninguém especial, como ela mesma define. Quando Buffy se aproximou dela, mesmo contra todas as possibilidades, afinal, ela andava com Cordelia e não poderia andar com ela (não neste planeta). Sua amizade com a colega de Escola e a parceria com a Caçadora, a fez crescer. 

Willow viu que sua relação com Buffy poderia ser mais benéfica para ela. Sua inteligência nos estudos ajudou nas pesquisas literárias e tecnológicas, vindo de encontro ao seu Dom como Bruxa. Logo, já era um elemento essencial na história de Buffy humana e Buffy Caçadora. 



Para Buffy, Willow não precisava ser perita em magia para ser alguém especial, mas seu talento para tal, não poderia ser mais bem-vindo em sua missão. Uma parceria que tirou Willow do ostracismo social e a tornou uma das melhores (e a mais querida) personagem entre os fãs do Buffyverse. 


“Quando estou sozinho no escuro, com medo, 
assustado, eu sempre penso: o que Buffy faria?”


Outro que se sentia um “Zé Ninguém” era Xander. Mas quando Buffy entrou em sua vida, o rapaz todo atrapalhado, candidato favorito a Palhaço de Turma, revelou-se um “Herói ocasional”. Mesmo não tendo super poderes, Xander procurava alguém que tivesse não para invejar, e sim, admirar. Assim, ele salvou o mundo por duas vezes. 

Quando Buffy foi morta pelo Mestre, seu Amor pela garota e admiração pela Caça-Vampiros, o fez dar-lhe fôlego, ressuscitando-a. E quando Buffy não pôde deter Dark Willow, lá estava ele, um “Zé Alguém”, tirando a amiga de toda aquela loucura vingativa, fazendo o que Buffy faria.   


O amigo observador seguiu sua missão na Batalha Final como autor de grandes discursos motivacionais e frases edificantes. Outro aspecto que aprendera com Buffy ao longo de sua jornada. 


“O que sempre admirei em você foi colocar 
seu coração acima de tudo. Estou tão orgulhoso 
de você por ter ido tão longe. Tudo que 
um Sentinela...que eu esperava de você”


Giles veio para Sunnydale para substituir Merrick, o primeiro Sentinela de Buffy morto pelo Vampiro Lothos. E como tal, ele deveria agir como um deles, e logo de cara, deixou Buffy desconfortável com a introdução nada sensível de sua missão. Contudo, a aproximação gradativa com a garota teimosa de linguajar incompreensível, o afastou do estereótipo. 

De Sentinela, Giles passou a ser uma figura mais paterna para Buffy, ocasionando sua demissão do Conselho. A com sua missão predestinada, o fez tornar-se um “Senhor do ócio”, mas não havia nenhum traço de arrependimento por ter escolhido Buffy ao invés deles. Naquelas alturas, a relação de ambos já estava solidificada o suficiente e o ex- guardião não pôde lhe dar as costas. 


Embora houvesse alguns momentos tensos entre ambos, Buffy sempre se sentia mais segura com a opinião de Giles, e Giles admirava o jeito independente de sua Caçadora como um Pai, que cria filhos para o mundo. 


“Nunca vamos vencer. Mas sei que é importante 
continuar lutando. Aprendi isso com você”


Antes de se tornar o nosso Vingador da Noite, Angel teve bem antes de todos, seu destino atrelado a sorte de Buffy em sua missão. 

Vagava pelos esgotos devorando ratos com um vampiro magro e sem destino quando o Demônio Whistler mostrou Buffy nas escadas de Los Angeles. A partir dali, ele a amou, e mais do que isso, quis ajuda-la, e neste processo, dar sentido a sua existência. 

No entanto, seu relacionamento com a Caça-Vampiros nem sempre foi de Amor e cumplicidade. E na ameaça eminente de perder sua alma numa aproximação mais íntima, Angel quis dar fim a toda sua dor, mas foi salvo por Buffy. 


“Ser forte é lutar. É difícil e doloroso, e é todos os dias. É o que devemos fazer e podemos fazer isso juntos.” Foi assim, como um milagre natalino, que Buffy convenceu Angel a continuar, dando-lhe forças para mudar outros destinos no futuro como de Wesley, que demitido do Conselho, viu na Angel Investigations a continuidade de seu trabalho. E a própria Cordelia, que aprendeu com Buffy e se especializou com Angel na questão de heroísmos e seus sacrifícios. 

E o que dizer da doce Winnyfred Burkle e sua relação de gratidão eterna com o homem bonito que a salvou dos Monstros de Pylea? A progressão neste caso é simples. Sem Buffy, sem Angel. Sem Angel, sem Fred. Sem Fred, sem Illyria. 



Wesley, o Sentinela de Faith; Cordelia, a corajosa da
Angel Investigations e Illyria, a Guerreira:
Destinos indiretamente moldados através Buffy


“Posso ser Anne?”


Mas nenhum outro destino esteve tão influenciado por Buffy quanto da jovem Anne Steele, que nasceu Joan Appleby, foi Chantarelle, Irmã Sunshine e Lilly. 

Em Sunnydale, Chantarelle estava prestes a virar refeição de Spike e sua turma quando a intervenção de Buffy salvou a ela e aos outros incautos. Ao se encontrar com Buffy em Los Angeles, a Caçadora novamente a salvou, dando-lhe um emprego e uma nova identidade. 


Como Anne, Joan administrou um Abrigo para jovens que como ela estavam perdidos. E depois de receber a ajuda de Buffy no passado, recebeu de Angel no presente, para ajudar a quem necessitava no futuro. Para ela, a boa luta só teria um fim se acreditasse que não poderia fazer mais nada para ajudar. Um exemplo de força e determinação do Buffyverse. 

PS: até hoje imagino a conversa de Buffy e Anne depois que a Caçadora prometeu ligar pra ela...



Mais que uma heroína escolhida para combater as Forças das Trevas, Buffy transcende como um Ídolo não só por nós fãs (“fanáticos”), e sim por todos aqueles que tiveram o prazer de ter com ela. Todos os heróis ocasionais ou não que passamos a admirar no Buffyverse, só surgiram graças a uma Caçadora, que nunca se limitou a caçar apenas Vampiros e Demônios. A Escolhida era realmente especial, pois sempre teve nas mãos mais que uma simples estaca.  

Que todos nós, nesta passagem de Ano, possamos nos espelhar nos exemplos de heroísmos de cada um deles, que com muito esforço, desenharam uma história de existência rica e brilhante, seja na Tv e na vida real de cada fã. 

A todos, que nos prestigiaram durante 2016, meus sinceros votos de gratidão do fundo do coração, e um Feliz 2017!!! Que a força da nossa Escolhida esteja sempre com todos nós. 

4 comentários:

  1. Confesso que não gosto das criticas sobre meus gostos pra seriados... até evito tecer comentários sobre eles com algumas pessoas... me cansa explicar, apenas digo que pra entender é preciso assisti-las.
    Sobre a sua lista, achei excelente! De fato houve influências indiretas que renderam personagens relevantes para a história!
    Agora na virada do ano...(rsrsrs) vamos nos espelhar nos exemplos de heroímos deles mesmos... pq só assim pra continuarmos!(Risos)
    Feliz Ano Novo pra vc e para a equipe do portal!
    Abraços!

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    1. Pois é L Melo, eu já fui uma dessas que não aceitava críticas em relação a Buffy e o meu modo de ver a série. Tem muita gente que nem assiste e critica. Portanto, agora faço como você. Recomendo assistirem antes de criticar.

      Que bom que gostou da postagem! Um Feliz Ano Novo!

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  2. Flávia foi uma escolha perfeita tratar sobre a Escolhida na última postagem convencional do The Slayers do ano.

    Possivelmente um destino moldado pelos ''Poderes que valem'', Buffy de forma relevante contribuiu significativamente nas vidas dos personagens que a cercam; e creio que essa inflûência da Escolhida transpôs a ficção contemplando também a dona do perfil Fake Oficial dela no Brasil (quem é essa moça rsrs?), né verdade???


    Ótimo final de ano pra você e todos que acompanham o blog!!

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    1. Verdade William!

      Eu não tenho mais tanto receio de expor minhas influências por Buffy como tinha antes. Achei bem apropriado para este fim de Ano, já que tinha este texto há muito tempo.

      Um ótimo início de Ano pra você, meu amigo!

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